sexta-feira, outubro 26, 2007

" Tempo, tempo, mano velho, falta um tanto ainda eu sei, pra você correr macio..."

Nesses últimos dias, dias chuvosos por sinal, cá estava eu rogando ao tempo " me perdoa".
Sabe quando tudo dá errado?

O clima frio propcia aquele olhar gordo no jantar de quem precisa encher o prato de calorias de alegria e calar a boca de feijão.O tempo corre alheio à sua vontade e você simplesmente se vê sendo devorado no prato com limão azedo, ou melhor, com arroz, arroz e feijão.Aí você toma um gole de suco amargo e pede: " me passa açucar com afeto?!" Equanto isso aqueles mesmos assuntos medíocres continuam rolando na sala de jantar e você diz pra si mesmo: " não ligue pra essas caras tristes fingindo que a gente não existe, sentadas são tão engraçadas, donas da sua sala". Eis que você termina de comer, escova os dentes e entra no seu quarto. No silêncio do recinto,como se já não bastasse a má digestão, você se põe a dormir, a dormir não, a "semi-dormir" com o corpo e a mente cheias de preocupação.

E de nada adiantava acender cigarro após as refeições e enfiar a cara nos livros, na cama ou nos jornais procurando uma notinha de esperança.As coisas continuavam iguais e tudo o que eu queria era abrir um pacotinho de biscoitinho da sorte e receber a seguinte mensagem: "parabéns, você encontrou a felicidade". Quem sabe me animava um pouco. Mas ao invés disso eu abri uma correspondência da faculdade, o que aumentou ainda mais o meu stress na escola e em casa.
Assim tudo continuava igual:a mesma chuva, a mesma angústia, o mesmo ideal, quase um triste fim de policarpo se eu não fosse "brasileira."


Bater de frente contra o tempo era como bater de frente com meus pais, eles eram indiferentes a minha opinião, pois sabiam o que era melhor pra mim. ( será?)
E veja bem, como eterna errante e "brasileira" eu continuava a negociar e pedir mais tempo ao tempo, pra que eu tivesse tempo pra realizar minhas tarefas e ficar em dia com a vida ( e com a escola por sinal). Mas não tem boi, não existe uma empresa especializada em empréstimo ou acrécimo de tempo. O jeito era fazer um curso de administração... não!!! De matemática eu já estou cansada!!!! E além do mais eu já enfrentei 4 hrs de fila pra me inscrever no curso técnico de informática.


Mas eis que chega quinta-feira.
O prato do dia chegou enquanto eu me sentia um verdadeiro amendoim. Não quis saber, me joguei da panela pra me servir à vontade e me perder.
Foi quando percebi: "
como arroz e feijão é feita de grão em grão a nossa felicidade. Depende de como você vê"...
...ou melhor dizendo, " como feijão e arroz que só se encontram depois de abandonar a embalagem", foi digno assistirmos ao espetáculo da cia O grito de Belo Horizonte, " tem mandragora na panelinha ", embora " muito barulho por nada" esperasse por nós.Nessas horas, sei lá, a vida parece que tem mais sabor.


Hoje, sexta-feira insana,após o Sol literalmente sair pensei: "o prato do dia chegou, é quando eu encontro você, nem me lembro o que foi diferente, mas assim como veio, acabou e quando eu penso em você eu choro café e você chora leite. "

Tempo, dê-me uma brecha, eu sou café com leite.


segunda-feira, outubro 15, 2007

Quando eu morrer vou acordar para o tempo e para o tempo parar...


Não somos mais

Que uma gota de luz,

Uma estrela que cai,

Uma fagulha tão só naa idade do céu...


Não somos o que queríamos ser,

Somos um breve pulsar em um silêncio antigo com a idade do céu..


Calma!Tudo está em calma...

Deixe que o beijo dure,deixe que o tempo cure...

Deixe que a alma tenha a mesma idade que a idade do céu...


Não somos mais

Que um punhado de mar,

Uma piada de Deus,

Um capricho do sol

No jardim do céu...


Não damos pé

Entre tanto tic tac,

Entre tanto Big Bang,

Somos um grão de sal

No mar do céu...


Calma!Tudo está em calma...

Deixe que o beijo dure,deixe que o tempo cure,

Deixe que a alma tenha a mesma idade que a idade do céu...


( Paulinho Moska)