domingo, dezembro 02, 2007

Re[mechendo]


Eu gosto do meu quarto, do meu desarrumado, ninguém sabe mecher na minha confusão:

Dentro de mim existem duas faces de uma mesma moeda tirando a sorte pra ver quem vai ficar.
De um lado a criança birrenta, manhosa, insistente, porém essa mesma criança é capaz de sonhar, de sentir, de ser expontânea, de não ter vergonha de expor seus sentimentos, de descontrair quando necessário, de fantasiar, imaginar e viver com a maravilha da admiração pelas coisas do mundo, pelas pessoas, pelas descobertas, em fim, essa criança é intensa! Do outro lado existe uma mulher nascendo, essa mulher é decidida, responsável, e está prestes a desenvolver as suas aptidões profissionais, pensa na sua carreira, no seu futuro, mas com os pés no chão e não deixa de viver o presente, mas ela é dura feito uma pedra e como a criança, não aceita um não da vida, a diferença é que a mulher é mais sensata. Mas de que vale a sensatez, a responsabilidade, a auto-exigência quando no fundo a mulher não se sente confortável? E de que vale também toda a sensilibidade e expontâniedade quando somados ao individualismo e ao egoísmo extremo e sem medidas? Essa dualidade precisa se entrelaçar...todavia quando elas se encontram , se chocam e causam desordem, ficam desconexas,incoerentes e causam a explosão, o vazio, a escrita.Mas eu confesso que morro de medo de escrever quando isso acontece e o medo, ah, o medo mora perto das idéias loucas!

Prestes a completar 1.8, daqui a exatamente 7 dias e dilemas como estes continuam a me sondar diáriamente. Ás vezes da preguiça, na areia movediça, quanto mais eu mecho, mais afundo em mim.

O tempo que eu tanto desprezo não é meu meu amigo quando preciso e eu trato o relógio, esse mero objeto que os homens criaram para controlar o tempo, como uma mentira quando eu quero, mas a verdade é que isso não é possível, o tempo está aí para mostrar que o universo existe pra valer e que nada vai parar. O meu rádio-relógio mostra o tempo errado, aperte o play.

Talvez a música esteja aí para concertar o des[concerto] de cada ser, porque ela possui o tempo certo, o tom exato, o ritmo e o compasso propícios pra mover cada alma em seu devido lugar. Porque no fundo é preciso se sentir confortável na medida do possível e isso é possível!

[Silêncio por favor, enquanto esqueço um pouco a dor no peito, não diga nada sobre os meus defeitos, eu não me lembro mais quem me deixou assim...hoje eu quero apenas uma pausa de mil compassos para ver as meninas e nada mais no peito, só esse amor assim descontrído.Quem sabe de tudo não fale, quem não sabe nada se cale, se for preciso eu repito.]

Por isso eu digo que eu não sou triste nem feliz, sou poeta vivendo assim num clipe sem nexo meio bossa nova e rock'n'roll e a minha beleza não é efêmera como dessas que eu vejo em banca por aí, a minha natureza é mais que estampa, é uma melodia solta, pronta pra se arranjar!


Agora depois de tanto vou fumar um cigarro, porque fumar é suspirar sutilmente! É o meu ponto de vista, não aceito turistas!

[ pó de ser?!]